O Natal é uma das épocas mais mágicas do ano, mas há quem diga que existe uma coisa que desestabiliza a harmonia e a alegria: a compra de presentes de Natal. Entre publicidade massiva, centros de comercial a abarrotar de pessoas, muito dinheiro gasto e toneladas de papel e plástico que vão direitinhos para o lixo, será que devemos ou não comprar presentes de Natal?
A atenção está centrada na compra e não na partilha. Ora vejamos: passamos várias semanas a correr de um lado para o outro com listas e compras de Natal, para que na noite do Natal o presente oferecido seja rasgado e aberto em um minuto e praticamente esquecido no dia seguinte. Afinal, estamos focalizados na compra ou na oferta?
Oferecer é ótimo, mas comprar não é a solução. Já referimos que não há nada melhor do que oferecer, mas será que temos mesmo de comprar para oferecer? Comprar é muitas vezes visto como uma solução para todos os problemas, mas a única coisa que tem saído daí é uma sociedade atolada em dívidas e com casas cheias de coisas desnecessárias. Podemos encontrar outras formas de oferecer presentes dando mais de si próprios do que dando coisas...
O lixo. Vamos falar das embalagens: a embalagem de um brinquedo tem quase sempre o dobro do volume do brinquedo em si, entre cartão, plástico, saquinhos e papéis vários – é tudo um enorme desperdício!
Dívidas e mais dívidas. A maioria das pessoas gasta muito dinheiro na época de Natal, entre presentes, alimentação e o combustível necessário para ir a todas as lojas. Onde é que se acumula este dinheiro? Para muitas pessoas nos cartões de crédito, onde acabam por aumentar as suas dívidas e pagar juros altos durante os meses que se seguem. É assim que quer começar o novo ano? Para quem consegue evitar as dívidas, mesmo assim há que refletir: quer utilizar o dinheiro que trabalha tão arduamente para ganhar só para o gastar numa montanha de coisas supérfluas?
Ainda existe muita fome e pobreza no mundo. Enquanto nos preocupamos com presentes de Natal, nos quais gastamos rios de dinheiro, em muitas partes do mundo as pessoas estão preocupadas com a sua próxima refeição, o seu próximo copo de água, onde vão dormir ou se vão conseguir aquele medicamento, etc. Porque não doar parte do dinheiro que tem destinado para as compras de Natal a quem realmente precisa?
Acumular, acumular, acumular. E o que acontece a todos esses presentes de Natal depois de abertos? Vão para debaixo do sofá, para o armário da entrada ou para o sótão. Porquê continuar a oferecer coisas inúteis se já temos tanta coisa com a qual não sabemos o que fazer? Para quê mais, porquê atolar as casas dos outros com objetos desnecessários? Parece que a obrigação fala mais alto… mas o Natal também não é obrigação...